terça-feira, 27 de abril de 2010

O que falam de mim

Antes de mais nada, quero deixar claro que não tenho nenhuma ligação com esporte, não gosto mesmo e assumo.

No entanto esse post vem a ser uma tentativa de imparcialidade. Algo que é essencial para quem trabalha com a notícia e com a comunicação. Mas como o blog em si é também um exercício de opinião, acho então que chegar a um consenso é um verdadeiro paradoxo.

O que vale é colocar quem está lendo a pensar. Algo com o que Aguinaldo Timóteo não está muito preocupado.

Sabe-se e não é de hoje da visão que muitas pessoas têm da Rede Globo de Televisão. Há inumeros comentários e referencias ao poder de criar modismos, ditar comportamentos e até de revelar escândalos envolvendo os graus mais altos da sociedade. Mas será que é tudo o que falam de ruim dela? Olhando para os interesses políticos de Aguinaldo Timóteo e de sua história controversa fico pensando a respeito.

Timóteo quer a todo custo que seu projeto de lei seja aprovado na câmara de vereadores de São Paulo e isso mexe com os brios da emissora carioca. Não só. Com a sua grade de programação também. Tal projeto prevê alterações no horário de encerramento das partidas esportivas disputadas na capital paulista. Se aprovado, as transmissões, bem como os eventos deveriam se encerrar até as 23h15h. Logo, uma partida entre São Paulo e Corínthians (por exemplo) não poderia começar depois das 21 e pouco, pois com os intervalos entre o primeiro e segundo tempo excederiam o horário estipulado no projeto do cantor e hoje vereador. A novela certamente seria apenas um ou dois blocos entre o Jornal Nacional e o futebol.

Qual seria a diferença entre terminar 23h15 ou 23h55h? A cidade fica radicalmente mais violenta num intervalo de 40 minutos, o que seja?

Com tanta lei mais importante para ser votada na câmara, fica nítido o interesse particular falar mais alto do que o do coletivo. Por que, senhor Aguinaldo, não se preocupa mais em tentar votar projetos que incentivem a cultura de onde tiraria melhor proveito em vez de tentar criar restrições absurdas?

Novamente a máxima da projeção. Em outras críticas, Aguinaldo ataca o poder da Rede Globo se referindo a ela como manipuladora. Seria mesmo manipulando a sua grade que o senhor estaria isento da sujeira que o senhor sempre a acusou?

A gente sempre condena nos outros aquilo que temos de feio em nós mesmos.

Voltando à ideia de pensar a respeito sobre o poder de manipulação da Rede Globo, não fosse por Timóteo, eu até poderia concordar do que muitos propagam sobre a emissora carioca. Com ele na roda, já fico a pensar a respeito...

Mas a mídia precisa de pessoas para incomodar. O que lhe resta, senhor Aguinaldo é saber como!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Cultura Musical faz bem




Fonte:


18/04/2010 - 20h41 | da Folha Online
A cantora jamaicana Grace Jones, 61, ícone fashion que sempre chamou atenção por seus visuais ousados, revelou ao jornal britânico "Guardian" que não acha Lady Gaga original.

Segundo o jornal, Gaga chamou Grace para cantar na faixa "Telephone", mas a jamaicana negou o pedido e foi substituída por Beyoncé.

"Ela me chamou, mas eu disse não. Eu prefiro trabalhar com alguém mais original, e com alguém que não me copie inteira, na verdade", afirmou Grace Jones.


Antes de começar a crítica vamos aos fatos:

Quem é Lady Ga Ga na atualidade:

Ela é um produto de diversos estilistas, produtores musicais e pessoas com até um pouco mais de cultura musical do que os que a ouvem acham ela o futuro da Musica pop. Isso me cheira Sigue Sigue Sputnik...
Suas referencias visuais são Grace Jones e Nina Hagen.

Quem era Grace Jones:

Grace foi de suma importância para a música pop dos anos 80. No seu aspecto visual, ele todo orientado por Andy Warhol, que fotografava exasutivamente a musa Jamaicana. Ela frequentava a boate mais importante de Nova Iorque, a Studio 54 (que já foi tema de filme inclusive). Ela participou do trabalho de diversos artistas como Iggy Pop, David Bowie, The Normal, Roxy Music (Gente de peso!) e muitas cabeças influentes naquele meio da disco music e da New Wave.

Hoje na central, falando com um fã da Ga Ga, que ficou revoltado com a afirmação de Grace Jones eu tentei ver se ele, na condição de uma pessoa que quer trabalhar no meio da comunicação, sabia quem era uma das principais fontes de inspiração para Lady Ga Ga. Aquilo que eu já imaginava. Tive uma viagem no tempo e vi a mim mesmo tendo o mesmo comportamento. Ele ficou revoltado e pôs a música dela pra ouvir no celular e aquele grito “oh uh oh uh” que eu já não aguento mais. Lamentável, pois isso só reforça a visão que eu tenho da grande maioria das pessoas deslumbradas com o descartável da música pop atual. Ah, e lidar com a crítica e com aquilo que a gente não conhece também faz bem, a gente aprende, reforça o nosso senso crítico e passa até mesmo a defender o nosso ponto de vista mais a finco e sem amarras. Nem adiantaria tentar colocar a musica da Grace Jones para ele ouvir, pois seria um ocidental tentando convencer um muçulmano radical da Al-Qaeda.

Tudo isso que eu presenciei também reforça o meu pensamento de que eu quero ser um profissional de comunicação melhor e que estou na faculdade porque não me conformo com a minha ignorância e quero e posso aprender cada vez mais. Que a minha pequena bagagem cultural complemente os meus estudos e vice-versa.

Vale pra lição de casa: Recomendo a todos ouvirem o trabalho da Lady Ga Ga e o da Grace Jones. Sim, há diferenças mas há também influências e elas não são poucas.

Cada vez que eu vejo pessoas se deslumbrando com aquilo que acham que é inovador e louco. Mas antes de pensar assim, faça uma pesquisa e veja no passado que há pessoas ainda mais interessantes e que com menos recursos visuais e técnicos tiravam leite de pedra.

Bem, depois da visita Sábado à Pinacoteca me sinto revigorado...

Ah e a propósito, voltarei lá para confererir a exposição do Andy Wahrol, alguém não deslumbrado se habilita?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

VALORES INVERTIDOS

Esse post é uma análise minha com base texto do blog do Alysson Moutry que escreve para o G1, o portal de conteúdo da Globo.

http://colunas.g1.com.br/espiral/

Agora que você leu é vez de expor os meus pontos:

Sim, vivemos ainda numa sociedade extremamente violenta e sexista. Ainda temos uma direita conservadora e reacionária que hoje é articulada e dita “inteligente” pois a mesma se maqueia com um discurso liberal. Essa classe está nos grandes veículos de comunicação e nos altos escalões do governo e do congresso. Ela tolera o uso da camisinha, questiona os valores católicos e judaicos e até aceita que o sexo é também para o prazer do casal. Mas é extreamente intolerante com os homossexuais, com os transgêneros e dogmática no que diz respeito à questão das drogas (como se álcool e cigarro não fossem, enfim isso é pra depois).

Nossa cultura jovem tem vários exemplos de “rebolations”, cantoras adolescentes que assumem que já beijaram garotas e dancinhas de pouca roupa ou quase nenhuma. E seguem os recalques: machismo, homofobia e até racismo quando toda essa juventude deixa os clubes noturnos e vai embora para casa nos ônibus e trens quando se depara com aquilo que julgam diferente.

Como demonstração desse pensamento na maioria das vezes o que se segue é um comportamento violento como reação ou como forma de julgar moralmente e expresso em olhares de reprovação, xingamentos e até violência física.

Essas pesquisas certamente não levaram muito em consideração fatores locais e as diversas culturas desse planeta.

Creio ser importante comparar com as sociedades nórdicas.

Lá a pornografia é ofertada com facilidade podendo ser encontrada nos lares sem o pudor que temos aqui.

No entanto, a relação entre violência e pornografia, descrita nas pesquisas é válida. Creio realmente uma sociedade permissiva (não leia-se incentivadora) propicia à pessoa chegar ao auto-conhecimento do seu prazer. Toda a questão da violência tem um fundo de recalque, pois ela é derivada de algum inconformismo à alguma quetão interior e íntima sempre ligada à alguma privação.

Essas sociedades mais permissivas no entanto encaram um outro fantasma: o da violência contra si mesmo. Nos países nórdicos a taxa de suicídio é altissima e muito maior que a de homicídios. Contrapondo o nosso país, os Estados Unidos (bons exemplos) que são menos liberais – aqui e lá as taxas de homicidios vão na via inversa.

O ponto chave é o equilíbrio que só será alcançado quando o ser humano poder se tocar (literal e verdadeiramente) sem amarras ou julgamento de pessoas infelizes consigo mesmas e passar a entender que questões como sexo e morte não devam ser temidas e sim discutidas.

Feita a minha análise, pare e pense: por que nós do lado de cá censuramos a pornografia ou a restringimos e liberamos então o conteúdo de violência podendo ser visto na classificação etária até por jovens de 12 anos? A classificação vista nas tvs por assinatura digitais comprova a observação acima.

Não é hora de virar a mesa?

A resposta é não, seria também uma forma de censura. E esta é a maior violência que qualquer ser humano pode sofrer.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Que tipo de humor você tem?

Sou muito desconfiado com os testes de personalidade na internet uma vez que eles são, em essência, muito manipuláveis e/ou óbvios.

Classificar as pessoas não é algo fácil, uma vez que cada um é único e possui características excepcionais. É aí que está o brilho das pessoas. Mas confesso que ontem depois de uma tremenda saia justa na aula de Tecnologia da Informação fiquei curioso em tentar decifrar o enigma sobre que tipo de humor eu possuo. Já ri das mais diversas situações e não achei necessariamente que fosse uma pessoa tão maldosa – no que diz respeito ao humor – quanto pareço aos outros.

Tentei uma ajudinha da internet e essa avaliação foi reveladora. Há dois testes e ambos me intrigaram. Eu recomendo começar por este, mais acima, uma vez que o mesmo é mais simples. Em menos de 10 perguntas você já sabe mais ou menos como você interage de maneira humorada com as pessoas.

O interessante entre amos é que são de fontes de informação distinas. Um é destinado ao público feminino – mas que pode ser usado por homens – e o outro é lido em sua maioria por homens, mas também mulheres ditos bem informados, não gosto da revista Veja, mas enfim. Este último porém, citou quem o elaborou.

Então seguindo a ordem dos testes, comece por este:

http://delas.ig.com.br/materias/335001-335500/335437/335437_1.html

E meu o resultado foi:

Humor Sarcástico

Você tem prazer de tirar um barato da cara alheia, e faz isso com um toque irônico, quase sádico. Tira da realidade as melhores sacadas e faz disso a sua assinatura. Tem gente que se ressente com as suas “piadinhas”, mas quem liga? Você que não!


E o segundo teste:

http://veja.abril.com.br/idade/testes/humor.html

Cujo resultado foi:

Corrosivo: 22
Agregador: 11
Autodepreciativo: 9
De bem com a vida: 10


E a média foi: 13

Que quer dizer que...
“Seu humor predominante se manifesta só em algumas situações”

É rir para chorar...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Alagados

Não é de hoje que a face da cidade grande se mostra revelando aos alienados – por escolha ou não – seu lado mais obscuro e o seu flerte com a desgraça do crescimento desordenado e sem planejamento.

Estamos nesses dois últimos dias presenciando uma tragédia que não é recente na nossa memória e que traz à tona diversas discussões que só levam a reflexão e pouca ação. Onde estaríamos errando para que esse tipo de catástrofe noticiada exaustivamente pela mídia continue a acontecer?

http://f.i.bol.com.br/imagensdodia/fotos/20100406-rio-chuvas_f_071.jpg?time=1270658830178

O meu ponto aqui será no papel da mídia e de que forma ela conduz às autoridades ao julgamento moral, movido pela revolta daqueles que perderam muito mais do que uma televisão ou que tentaram salvar um fogão no pé do morro prestes a desabar.

“Vitimizar” uma parcela da população e culpar outra seria mesmo o ponto para encontrarmos uma explicação para uma conta que não fecha? Não. Encontrar um denominador comum demanda muito mais do que uma cobertura massiva da mídia e a sua disputa por cada notícia que aumente o número de acesso ao site dos veículos de comunicação de massa e pontos a mais no ibope.

É lastimável que mais uma vez a população seja posta no posto de bonzinha e vítima e o governo como culpado. Novamente os veículos de comunicação perdem uma excelente oportunidade de noticiar e expor as causas profundas da tragédia que caiu dos céus fluminenses nesta segunda-feira. Não é de se negar o fato de existir um fator climático e um temporal atípico e somado à uma geografia que explica boa parte da problemática. Mas a população também colabora para aumentar ainda mais a dimensão da tragédia e o governo a colocar a cereja do bolo através da omissão de governantes incompetentes e demagogos.

Toda árvore tem a sua raiz e essa todo mundo pisa nela para fazer xixi mas ninguém olha para o seu todo a menos que caia um galho em sua cabeça. Não acho errado o governo colocar a população como parte do problema e mostrar a todos que ela é parte da solução. Detesto o discurso vazio motivado por um sentimento de revolta rementendo a cheiro de pneus queimados e o do espetáculo de uma mídia que vai induzir o povo novamente a jogar pelo ralo uma boa oportunidade de continuar lembrando daqui há uma semana que isso é um fato.

Fatos se tornam reais quando novamente enxergamos os bueiros entupidos de lixo e pessoas desesperadas perdendo tudo.

Numa cidade em que o sentimento de revolta beira à duvida sobre o futuro, a verdade evapora e a certeza é que a mesma vai (se) precipitar novamente. Seremos avisados?

Haverá espaço nos nossos bueiros para escoar tantas culpas sujas ou para escorrer uma água que nos reflete nosso orgulho e responsabilidade e lançá-la aos rios de janeiro e talvez de abril?

(...)

http://migre.me/uySE



Enquanto isso segue a Ana Maria Braga fazendo a sua "utilidade pública"

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Confiança

Estava eu às vesperas do feriado da Paixão de Cristo em minha casa quando chega um sms:

from 6642****
Vamos beber hoje? Pela Paulista e arredores!

O número não estava gravado em meu celular. Logo desconfiei que fosse alguém que estivesse usando um número de outra pessoa ou simplesmente posto outro chip que não havia me dado o número.

Eu respondi
O meu celular não identificou seu número. Quem é?


from 6642****
É o O*****

Eu, em seguida
Não estou bem hj

from 6642****
Entao descobriu quem é e desistiu?

Eu
Eu confio nas pessoas. Se é o que você está me dizendo, logo...

Fantasmas do passado...

Ok, children, Let´s play dirty!

Amar é

- fazer parte de comunidades no orkut do tipo “sua inveja faz a minha fama”, “odeio acordar cedo”, “adoro fim de semana”, “odeio cagar fora de casa”,
- postar o dia inteiro no twitter usando mais de 20 vezes as expressões “da hora”, “véio”, “mano”, “fodaaaaaaaaa”, “que se foda”,
- achar a Pitty o máximo da atitude e a Lady GaGa o auge da modernindade,
- falar mal de emo e ouvir NX Zero dizendo que é punk,
- dizer-se gótico e estar com toda a saga do Crepúsculo em casa,
- estar em comunidades “odeio pagode, axé e funk” e prestigiar momentos românticos com o(a) namorado(a) nas praças de alimentação de shopping ao som de cantores com repertório cover de Ana Carolina, e derivados,
- comprar Blockbusters piratas em banquinhas de camelô,
- tecer comentários homofóbicos e possuir apenas uma única musica do Legião Urbana, Smiths ou Queen no seu “ipobre”,
- dançar “Rebolation” mostrando toda a sua masculinidade (sic),
- se acabar numa pista com remix de Mariah Carey, Whitney Houston e Pussycat Dolls chamando o som de “técnico” ou “tecno”,
- ir pegar mulher nas “Pirigóticas”,
- pegar mulher baranga e burra se achando o comedor e terminar sua vida casado com uma Amélia e que só é Amélia porque junto com o seu esposo só é assim porque não quis estudar,
- escrever em miguxês,
- frequentar templos religiosos pra pegar mulher (desde quando meu sexo oposto é objeto?) e contradizer todos os seus ensinamentos teológicos e espirituais,
- aplaudir o oba oba, o bacanal e achar que é privilégio da heterossexualidade,
- ser homossexual miscógeno,
- comprar para os seus filhos dvd do High School Musical e achar que seus filhos não vão expiar putaria virtual na internet,

Enfim, depois de tantas demonstrações de afeto, a máxima:

“O Amor é cafona”

Feliz páscoa e muitos ovos na cara! Porque vergonha saiu de moda há muito tempo...