quarta-feira, 23 de junho de 2010

Uma relação de marido e mulher, quase em separação de bens...

Globo confirma que Dunga vetou entrevistas - 23/06/2010 - UOL Copa do Mundo

Antes de me justificar e dizer que não sou fã de futebol, necessito porém dizer que pretendo ser um profissional dos meios de comunicação – de massa, que seja, a gente precisa sobreviver – e como telespectador porém, não posso me ausentar da crítica. Esta Copa do Mundo está interessante de se acompanhar, não pelos jogos, mas pelas polêmicas e pelas histórias e por conter o fator de pela primeira vez, um país da África sediar o mundial.

Dentre tantas histórias, o comentário da semana não poderia ser outro: a polêmica envolvendo o principal veículo televisivo do País e técnico Dunga. Antes de aprofundar essa discussão, voltaremos alguns dias no tempo e lembraremos do “Cala a Boca Galvão” e do “Cala Boca Tadeu Schmidt” que simplesmente contaminaram o twitter ao entrar para a lista dos trending topics. Importante percebemos como a cobertura da Globo nessa copa tem sido alvo de críticas. Ao meu ver, sempre foi apelativa para um sentimento de brasilidade, como se não tivessemos de exercer o nosso ser brasileiro nos outros dias do ano, e principalmente nas eleições, mas já é outra história.

Certo de que não sou só o irritatadinho com o ufanismo e com os exageros de Galvão Bueno, ao seu apelo sentimental induzindo seu expectador a derramar lágrimas nas vitórias e derrotas da Seleção Brasileira, ainda que com tantas manifestações, resolvi me ausentar de comentários contra o profissional – e não a pessoa – do locutor esportivo mais famoso e xingado do País. Meu “re-twittei” o #CALA BOCA GALVÃO não aconteceu e não vi o porquê propagar uma campanha que é na verdade uma grande brincadeira.

Chega o momento em que a internet também passa a ser um veículo de comunicação e sua força revela ao povo o que todas as mídias de massa da família Marinho e principalmente a Rede Globo sempre tentaram esconder: a sua crítica contra sua cobertura televisiva. O agravante é o fato de quase todo Brasileiro apreciador de futebol se julgar um técnico da seleção e isso mexe com os brios de milhões de torcedores. Coincidência ou não, é um momento do senso comum ser diluído diante de tantas opiniões diferentes e divergentes acerca de uma escalação de time de futebol mesmo a sua maioria não estar de acordo com o técnico Dunga. Fica evidente então quem são os que não gostam da escalação da seleção brasileira, quem não gosta da cobertura da Rede Globo e finalmente, quem detesta o Galvão Bueno locutor esportivo.

A emissora carioca tentou levar na esportiva, mas não ficou indiferente à critica. Algo incomodou os seus bastidores. Ela não haveria de imaginar o quão grande é o número de pessoas que detesta sua cobertura. E essa audiência nesse momento de crise é mais importante que o IBOPE, pois este será um mero reflexo do desenrolar dessa polêmica toda. Fica a dica, Rede Globo!

E agora outro dilema: a relação com o técnico Dunga. É uma relação de interdependência inegável. Mas o técnico está em vantagem, pois ele consegue tocar sua seleção com ou sem aprovação da Globo diante da negativa às suas entrevistas bombásticas e exclusivas. O que ele precisa ser mais atencioso é se ele depois da Copa ele vai conseguir manter sua fama e sua visibilidade. É sim uma relação de marido e mulher e ambos precisam conversar e discuti-la e não é calando a voz do outro que se chegará a algo agradável aos nossos olhos e também ouvidos. Não mereço um técnico que agride os profissionais de jornalismo e não mereço uma emissora com vontade de ser a única bola em campo. No meio à tantos comentários, sigo a opinião do técnico Felipão que diz que ambos precisam se aturar. Mas farei minha crítica a Globo que precisa entender que seu poder e suas regalias a fim de ser exclusiva serão cada vez mais restritos de agora em diante.

O País se prepara para uma nova era nos meios de comunicação e o crescimento de suas concorrentes tende a levar a Globo a ficar próximo delas. Talvez em números. Ainda vejo o quanto as outras ainda pecam e muito em qualidade, porém aos poucos vão acertando o passo. Sim a Globo ainda tem qualidade, tem excelentes profissionais e jornalistas à sua altura que merecem todo destaque e mesmo não sendo lá muito ligados em futebol, dão um show de cobertura e inteligência nos comentários (William Waack, um exemplo pois na Globo News ele não fala de esporte).

Vou continuar de olhos bem abertos para a cobertura da mídia durante o mundial e espero também poder ver o que está acontecendo nos bastidores de outro lugar bem próximo de nós, realmente no coração do Brasil - visto do mapa é claro... Nos últimos dias parece que esqueceram um pouco qual é a capital do nosso País...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Distância desse maio...

Foi tudo uma questão de espaço. Ou da relação com o tempo que se resume a apenas um mês. Longe da nostalgia que me remetia a o mesmo mês, só que no ano passado, e igualmente longe daquela cidade verde, estava eu mergulhado no cinza.

Pela primeira vez um “não” vindo de mim percorreu alguns centímetros e me afastou de alguém a quem somente tenho pena. Deixei que este fosse longe em suas fantasias e compulsões. Eu não estarei mais por perto quando só restar poucos que queiram entregar um abraço mesmo...

Já o cinza das nuvens e da dúvida sobre a importância que tenho na vida de algumas pessoas dá o tom deste mês. Algumas pessoas tão perto e que passei a tentar dar um close em suas qualidades, me sobrando sua impiedosa crítica me colocando a quilômetros de distância do seu universo (ou seria pote de ervilha?)

Dias próximos aquele feedback, sai para apresentar um trabalho na faculdade e por poucos centímetros não feri minha cabeça mais grave. Mesmo machucado fui dar o meu sangue para o trabalho da faculdade e recebi de um dos membros olhares de indiferença e ausência de comprimentos, como se fosse um desconhecido. Não tenho mais que me preocupar com vagabundos... Já viajei km para estar na cama com um – sim, este se declara abertamente como tal. O da faculdade, que me poupe pois a minha preguiça chega a ser maior que a dele em pensar em dizer “oi”. Suas estradas são tão limitadas que nem me levam a percorrer mais aquela crítica de quem esperava mais do outro naquele trabalho. Fomos bem além do que o professor esperava, sem ele mesmo. Uma pena. O mérito está bem distante da inércia e de sua falta de competência...

Não me bastasse o céu claro - com uma nuvem cinza me pairando – , numa tarde de sol de Domingo, saio a andar pela Faria Lima em direção ao ponto – direto ao ponto, como sempre – e por poucos centímetros não estaria te fazendo ler este texto. Ficaria longe de contar história para tornar-me uma triste estatística... Ainda assim vou longe, apenas quebrando o vidro daquele ônibus e indo alguns metros a frente.

(...)

E que anos-luz de distância de tudo aquilo que me deixa parado, permaneça aquilo que me acorrentava: sentimentos vazios, amor do passado que foi embora, pessoas que andam o mundo inteiro mas não saem do lugar, os viciados em sexo, os compulsivos por exageros, os alcoólatras incontrolados, os que pessam a vida reclamando e não conseguem mover uma caneta – um centímetro sequer – para escrever algo útil e por fim, aos que não conseguem percorrer mais que 140 caractéres...

É um mês como outro qualquer, mas para ficar bem longe das minhas recordações.

De olho nesse passado, fixo no presente em que olho que a minha estrada em direção ao futuro poderá não ser tão longa. Ainda assim, só no futuro poderei dizer que gosto terá quando eu ver que fui um dos poucos que saiu do seu ponto e estará em outro ainda que como esse maio, fora do eixo...