terça-feira, 31 de agosto de 2010

Semana da comunicação da faculdade. Quem sabe a próxima...

A semana de comunicação começou com a palestra do senhor Eduardo Salvino sobre autoria na internet mostrando como o controle de conteúdo praticamente inexiste uma vez que qualquer informação posta na rede pode ser manipulada de diversas formas e por qualquer pessoa. Um exemplo foi um video com a figura do Presidente norte-americano Barack Obama. Nele, imagens de seus discursos foram colocados com uma música e várias vezes a frase “Yes we Can”.

O palestrante no entanto falhou no objetivo de abordar o tema. Vários titubeios, exemplos mal colocados e uma abordagem que foi muito superficial deixaram vários expectadores na platéia com sono ou em conversas paralelas, tornando o tema desinteressante. Uma pena, pois é um prato cheio para qualquer profissional de comunicação discutir e abordar uma questão tão atual. Nem mesmo sua exposição sobre o “conteúdo que se sobrepoe a forma” serviu para estabelecer uma ligação direta com o conceito e seus exemplos. Outro assunto foi o da narrativa visual em vez da narrativa escrita. Óbvio, ainda que pudesse ser exibido de uma forma a chamar a atenção dos mais desatentos à maneira pela qual a comunicação se desenvolve em nosso tempo.

O primeiro dia segue com a palestra de Manuel Fernandes sobre novas formas de distribuição e de produção na era digital. O palestrante, já dominando uma técnica para chamar sua audiência para o tema conseguiu romper com a indiferença dos expectadores e com bom humor obteve mais êxito do que o seu antecessor. De uma forma muito enfática ficou claro como é possível ganhar muito dinheiro na rede virtual e seu conhecimento bastante aprofundado e uma didática excepcional acabaram por tornar a palestra algo bastante agradável. Em ambos os temas do dia, o palestrante tem – ou teria – uma grande identificação pois quase todos os palestrantes mostraram-se interados nas redes sociais ou pelo menos tinham algum conhecimento do que se tratava. O jornalismo de indexação é essencial para quem escreve algum conteúdo qualquer na rede e a principal ferramenta de lucro de Manuel Fernandes foi exposta sem que parecesse uma receita de bolo. Outro item bastante importante da sua exposição foi a utilização de conteúdo afim de prestar serviço na rede. Sabe-se que qualquer blogueiro pode se tornar uma referência em informação, porém não bastando somente boa vontade mas também cuidado e um trabalho “jornalístico” com seriedade e clareza. E por fim a mensagem de Sherlock Holmes – do Sir Arthur Connan Doyle – que define bem a essência do comunicador que faz fortuna na web: “O meu negócio é saber o que os outros não sabem.

Nos dias seguintes tivemos uma excelente exposição de vários curtas e dentre eles o agradável “Candeias – da boca pra fora” revelando um momento importante – ainda que decadente – do cinema Brasileiro que é o da produção de baixo custo feita no cenário da região central de São Paulo conhecida como Boca do Lixo. Depoimentos de Carlos Reichenbach, Zé do Caixão, entre tantos outros, poem em foco a linha entre o trash e o ruim mesmo. Cenas de filmes como Rebuceteio e também do primeiro filme do José Mojica, arrancaram risos da platéia deixando bem claro que nosso momento do cinema nacional é outro. Vale, no entanto como registro de um momento que ainda vergonhoso, fosse este o nosso referencial e memória de nossa cultura sucateada e sem investimento do poder público. Importante também pela reunião de habitantes da Boca do Lixo discutindo cinema como se fosse uma mesa redonda de futebol. Recomendo esse documentário para quem se interessa por cinema brasileiro e garanto a quem interessar possa, assistí-lo de olhos fechados – com a licença para ser irônico.

Agora uma ressalva sobre a semana de comunicação: não foi produtiva a interação de palestras entre os profissionais das áreas envolvidas. Acho que uma segmentação e um foco mais direcionado pode propor ao aluno participar mais e com isso deixar de fora aquela longa explicação que por vezes se torna cansativa e que desprende a atenção dos presentes. Confesso Ter bocejado em vários momentos das apresentações e não foi incomum olhar para os lados e ver outras pessoas fazendo algo que não colocando seus olhos e ouvidos para apreciação do conteúdo exposto. Espero mais de uma próximo encontro, inclusive ser mais participativo. E é tudo uma questão de comunicação....