quarta-feira, 16 de junho de 2010

Distância desse maio...

Foi tudo uma questão de espaço. Ou da relação com o tempo que se resume a apenas um mês. Longe da nostalgia que me remetia a o mesmo mês, só que no ano passado, e igualmente longe daquela cidade verde, estava eu mergulhado no cinza.

Pela primeira vez um “não” vindo de mim percorreu alguns centímetros e me afastou de alguém a quem somente tenho pena. Deixei que este fosse longe em suas fantasias e compulsões. Eu não estarei mais por perto quando só restar poucos que queiram entregar um abraço mesmo...

Já o cinza das nuvens e da dúvida sobre a importância que tenho na vida de algumas pessoas dá o tom deste mês. Algumas pessoas tão perto e que passei a tentar dar um close em suas qualidades, me sobrando sua impiedosa crítica me colocando a quilômetros de distância do seu universo (ou seria pote de ervilha?)

Dias próximos aquele feedback, sai para apresentar um trabalho na faculdade e por poucos centímetros não feri minha cabeça mais grave. Mesmo machucado fui dar o meu sangue para o trabalho da faculdade e recebi de um dos membros olhares de indiferença e ausência de comprimentos, como se fosse um desconhecido. Não tenho mais que me preocupar com vagabundos... Já viajei km para estar na cama com um – sim, este se declara abertamente como tal. O da faculdade, que me poupe pois a minha preguiça chega a ser maior que a dele em pensar em dizer “oi”. Suas estradas são tão limitadas que nem me levam a percorrer mais aquela crítica de quem esperava mais do outro naquele trabalho. Fomos bem além do que o professor esperava, sem ele mesmo. Uma pena. O mérito está bem distante da inércia e de sua falta de competência...

Não me bastasse o céu claro - com uma nuvem cinza me pairando – , numa tarde de sol de Domingo, saio a andar pela Faria Lima em direção ao ponto – direto ao ponto, como sempre – e por poucos centímetros não estaria te fazendo ler este texto. Ficaria longe de contar história para tornar-me uma triste estatística... Ainda assim vou longe, apenas quebrando o vidro daquele ônibus e indo alguns metros a frente.

(...)

E que anos-luz de distância de tudo aquilo que me deixa parado, permaneça aquilo que me acorrentava: sentimentos vazios, amor do passado que foi embora, pessoas que andam o mundo inteiro mas não saem do lugar, os viciados em sexo, os compulsivos por exageros, os alcoólatras incontrolados, os que pessam a vida reclamando e não conseguem mover uma caneta – um centímetro sequer – para escrever algo útil e por fim, aos que não conseguem percorrer mais que 140 caractéres...

É um mês como outro qualquer, mas para ficar bem longe das minhas recordações.

De olho nesse passado, fixo no presente em que olho que a minha estrada em direção ao futuro poderá não ser tão longa. Ainda assim, só no futuro poderei dizer que gosto terá quando eu ver que fui um dos poucos que saiu do seu ponto e estará em outro ainda que como esse maio, fora do eixo...

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