terça-feira, 20 de julho de 2010

Indiferente?



Quebra-se a rotina matinal e aquele café da manhã com gosto de receita de bolo, entrevista com atores esbanjando saúde – e dinheiro – nos trazem um mundo imaginário e de que poucos fazem parte. O excesso de alienação da realidade nos incomoda e vem o porque da televisão ser vista como um mundo de ilusões e daquilo que consideramos ideal. Dá-me nojo essa idéia utópica almejada por nós que passaremos o resto de nossas vidas a trabalhar para Ter uma vida digna e com uma condição financeira muitas vezes abaixo do satisfatório.
Novamente essa inversão de valores é algo que me faz questionar essa brasilidade. E aí vem o papel de um comunicador. Até mais vezes seria mais do que permitido que Ana Maria Braga pudesse nos trazer e levar da realidade para o mundo maravilhoso da vida boa e saudável.

Não espero que ela seja profunda na questão, ainda mais além da dor do pai desse menino vítima do que negamos existir ou pelo menos recorremos aos veículos de comunicação afim de sair do chão e viver na terra da fantasia.

Envergonha-me pessoas escrevendo para o programa dela achando ruim a iniciativa de dar voz a um pai desesperado e indignado com tamanha violência. Se estas encaram como o sonho interrompido pelo pesadelo de outrém, que se armem até os dentes, tranquem-se nos seus quartos decorados por aquele designer italiano, coloquem cameras em todos os cantos da casa porque só assim conseguirão – a um custo mais caro do que muito de seus luxos – manter-se alienados e longe da realidade cruel das grandes cidades.

Feliz mesmo como comunicador eu só serei o dia, quando no auge da minha realização profissional eu não tiver mais que abrir o espaço para indignações como esta.

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