sábado, 19 de março de 2011

Adaptação

adaptação s. f.
derivação fem. sing. de adaptar


adaptação
s. f.
Acto! de adaptar.

adaptar
v. tr.
1. Tornar apto.
2. Fazer com que uma coisa se combine convenientemente com outra; acomodar, apropriar. ≠ INADAPTAR
__________

Primeiro você precisa de uma história. Que sejam quatro anos, seja oito meses ou apenas quatro. Os personagens não serão os mesmos, embora o protagonista esteja em constante adaptação. Do meio, do espaço e do tempo.

O suporte físico do outro também não é mais o mesmo. O que fez com que o protagonista desta adaptação mudasse sua linguagem.

A comunicação agora se é por signos opostos e para que o imaginário seduzisse o novo antagonista ao universo do mais amadurecido, não precisou muito.

A história se passa em outro lugar, sem mais aquele calor de verão e o mar para soprar seus ouvidos. O não verbal agora sopra baixinho naquela cama do primeiro e do segundo ato. E ainda no terceiro, no quarto (espaço).

O passado não adapta mais o seu discurso cheio de moral e ética esquerdista ao protagonista que quer somente compartilhar uma história que pode parecer boba, que seja. Este segundo – que domina muito bem os códigos do primeiro – só quer pelo não verbal já decifrar o enredo e nele se deitar como um mestre dos palcos que desnudo se entrega totalmente a sua platéia. Todo bom ator, durante sua adaptação do texto para o corpo sabe que mesmo com as cadeiras ocupadas ou apenas um ou dois a aplaudir, será apenas o sentido de unidade que fará o sucesso do espetáculo. É apenas um que importa.

Nesse um, cabe apenas um gesto simples, ele é capaz de entender e adaptar o olhar em seu suporte físico. Entre eles, a mesma linguagem.

Na colcha de retalhos que os envolve naquele enredo, a metalinguagem faz a tradução do suporte físico em si mesmo.

A conversa ultrapassa o inter-semiótico e o intermidiático de universos distantes os aproxima.

Se eu puder adaptar em livro, foto, imagem ou som, nenhum suporte seria bom o suficiente para traduzir os meus pensamentos, que guiados pela imagem e pelo tato, refletem-se no mais incompreendido dos suportes. Aquele que pulsa! Ah, que ciência, que nada! E a voz? Ela fala mansa e tranqüila, no ritmo e velocidade que o meu corpo entende.

É uma história de adaptação do protagonista ao novo. O novo meio que também é mensagem.

E quem se adapta ao meio, sobrevive aos fins.

Nenhum comentário: