quarta-feira, 17 de março de 2010

Avatar e minhas impressões

Era só colocar o óculos 3D e esperar os longos trailers acabarem para o meu olhar desconfiado – até demais – poder fazer uma análise sobre o filme mais comentado do ano. Muitos falando bem. Torci o nariz por se tratar de pessoas que colocam Avatar ao lado de filmes catástrofe como “O dia depois de amanhã” e outros blockbusters de gosto pra lá de duvidoso. Mas vamos lá...

Quebrar pré-conceitos é estar de olhos bem abertos para as novidades. Até então nunca havia tido uma experiência em três dimensões antes. O filme "sci-fi" começa e aos poucos os personagens são apresentados.

A trilha sonora e os efeitos especiais ganham de muitas produções do gênero.

O diretor deixa bem claro que veio para fazer história no cinema. Claro que com Piranhas II no curriculo, ele jamais poderia se orgulhar. Mas não se esqueçam que Cameron tem também Alien e True Lies na sua ficha técnica.

A união entre dois mundos, o do que é virtual e imaginário e o real são o propósito do filme que inclui uma mensagem ecológica. Camaron, é claro teve que recorrer a diversos clichês do cinema americano para poder colocar esse filme na lista dos que mais rendeu bilheteria na história da sétima arte. Toda a mensagem do filme é direta e o bem e o mal estão lá, assim como a mocinha que na batalha se ferra toda e dá trabalho para o mocinho que tem que ir lá salvá-la. Óbvio que endossado por um discurso anti-guerra, com o contexto do atual aquecimento do planeta, a inserção do contexto videoblog usado pelo soldado que é o personagem principal da trama e também com uma produção cheia de efeitos tanto sonoros quanto visuais, ele nem precisaria de tanto para poder chamar atenção do grande público e dividir a crítica. Ele fez o seu marketing misturando talento com o momento atual que vivemos.

“Avatar” talvez nem seria tudo isso se fosse lançado antes de se falar em aquecimento global, guerra no oriente médio e até do Presidente George W. Bush. Toda a crítica ao modelo americano de governar e de cuidar das questões do planeta não valeria de nada se o momento atual não fosse o de contestação ao imperialismo americano à todo custo. Ele não fez sua crítica de forma sutil e não se preocupou em fazê-la.

Que os defensores do filme não me critiquem, consigo enxergar sem precisar de nenhum óculos as qualidades de uma produção que vai estabelecer um marco no cinema americano. Deixo, porém, clara a minha expressão de espanto com um filme soberbo, fantástico, ainda que de uma forma muito didática – até por demais – leva o seu espectador a viajar muito além de Pandora. Quem é um pouco mais informado e vê é transportado de volta a realidade e consegue identificar em seus personagens, seus avatáres correspondentes fora da telona.
E isso já me serve de álibe perante a uma unimidade – no caso o público – que por vezes considero “burro” (Madonna já disse isso uma vez) mas que de forma alguma deva ser subestimada.

Sem mais posso agora tirar meus óculos e viver a realidade, ou de tão absurda seria ela uma grande ficção?

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