quinta-feira, 11 de março de 2010

(dis)funcional

O analfabestimo funcional é uma realidade de que a grande maioria do povo faz parte, mesmo que por sua causa não saiba; estamos à beira de um colapso cultural às preliminares de um século que mal acabou de se inciar e com uma onda de desenvolvimento (salvo a crise dos mercados internacionais) que traz à tona o Pré-sal, a Copa do Mundo e as Olimpiadas do Rio de Janeiro.

Há duas semanas na aula de realidades brasileiras, a professora pediu aos alunos para fazer uma leitura em voz alta. Cada universitário lia uma parte do texto e entre um parágrafo e outro, eram nos introduzido a critica social tanto da mestre quanto a dos seus aprendizes.

Analfabestimo funcional entende-se como a incapacidade de fazer cálculos matemáticos básicos e de ler e interpretar textos. Nesse conceito, pude ter uma amostragem comprovando um dado científico divulgado pelo IBOBE em 2005, do qual era exposto um percentual de 68% da população como analfabetos funcionais (capazes de decodificar letras e palavras, mas de não entendê-las num conceito e postas de forma organizada num texto).

O que me causa mais espanto, ainda que eu tenha sido rebelde por um bom tempo em consumir literatura e leitura de boa qualidade é como os colegas pareciam não entender nada do que estava no texto e com uma leitura que ora cortava pequenas palavras e quando não, invertia acentos e ignorava a acentuação básica da lingua Portuguesa.

Se dominar informação é poder básico de qual qualquer ser humano pode se escapar de dominação dos meios de comunicação de massa - e dos grupos que os manipulam - fico imaginando como será entrar numa empresa de comunicação para essas pessoas. Estamos criando marionetes, macacos ou até mesmo papagaios replicando informações banais, e cada vez mais estas numa era em que o principal canal da internet só permite 140 caracteres.

Conhecimento é poder e deste grande parte não possui nem a consciência de ser dono do próprio poder e que a sua formação é o alicerce para poder escolher o que é bom ou não para si.

Não me sinto mais velho, tão pouco mais inteligente que os meus colegas. Investi porque sempre achei vergonhoso não dominar o mínimo possível da minha língua, antes até de estudar um idioma estrangeiro.

O que mais me chocou no entanto é o menosprezo de alguns pela matéria que discute temas importantes da nossa realidade política e econômica e os celeumas causados pelos anos de baixa educação e de planos fracassados de governantes corruptos -e que estes sim, à sua maneira são inteligentes e tem plena consciência de que sua comunicação transforma (?). Nessa terra, porém, para o trauma do qual o nosso povo ainda não consegue ressurgir, informação vale ouro. Só está esta mergulhada num mar de "kkkk" "axim" criando e propagando o "axismo" do senso comum e os preconceitos que eu ouvia quando eu era criança.

Há um mercado lá fora que espera por profissionais de conteúdo e não conformado com a cessão a sua liberdade de expressão e em oposição à este do outro lado uma bancada de uma dita e dura direita não assumida e de evangélicos conservadores nos podando de dizer e esclarecer.

Tenho consciência da minha função dentro de uma universidade e de que posso contribuir para que esse quadro vergonhoso seja no futuro apenas uma mera lembrança neste nosso Brasil, atualmente um museu cheio de grandes novidades e com bem mais do que 140 caracteres para percorrer a fim de mostrar a sua cara!

Se conseguiu ler esse texto, que ainda que pequeno e compreender, sinta-se salvo de uma triste estatística.

Afinal quero marcar meu nome com letras grandes e não apenas ser número para engordar uma triste estatística e o bolso de quem acha que me manipula...

Nenhum comentário: